Bolsonaro oferece intermediação direta com Trump, condicionada a sinalização de Lula.
Se devolver o passaporte, Bolsonaro se compromete a negociar o "tarifaço".

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira (17), durante entrevista no Senado, que estaria disposto a negociar diretamente com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump sobre o “tarifaço” de 50% sobre produtos brasileiros — desde que o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dê sinal positivo e seu passaporte, apreendido pela Polícia Federal em fevereiro de 2024, seja devolvido.
“Se o Lula sinalizar para mim, eu negocio com o Trump… Quem não vai conversar vai pagar um preço alto” , disse o ex presidente.
Bolsonaro também sugeriu que seu filho, o deputado licenciado, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que mora atualmente nos EUA, atue como um canal mais eficaz do que a diplomacia oficial, afirmando que “ele está fazendo mais que a embaixadora”.
Em carta enviada a Lula, o presidente estadunidense, anunciou pacote de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, a partir de 1º de agosto, como pressão pelo andamento legal e a manutenção das acusações contra Bolsonaro no Brasil.
Luiz Inácio Lula da Silva, reagiu classificando a "ameaça" como uma “falta de respeito” e sinalizou que o governo norte-americano se prepare para receber tarifas de retaliação, amparado pela nova Lei da Reciprocidade aprovada em maio.
O chanceler Mauro Vieira disse que o diálogo com os EUA está sendo conduzido pelo governo via Itamaraty e pelo o Ministério da Fazenda, e que qualquer mudança nas tarefas será feita pelo governo federal, não por terceiros.