Escola que formou Getúlio Vargas e Dilma Rousseff, Estadual Central rejeita adesão ao programa cívico-militar.
Proposta do governo, também, acionou nessa quinta (10), trabalhadores (as) da educação.

A Escola Estadual Governador Milton Campos, mais conhecida como Estadual Central, uma das mais tradicionais instituições de ensino de Minas Gerais e que já formou nomes como os ex-presidentes Getúlio Vargas e Dilma Rousseff, decidiu rejeitar a adesão ao programa de escolas cívico-militares proposto pelo governo federal. A decisão foi tomada após consulta à comunidade escolar, que contou com a participação de professores, alunos, pais e servidores. A maioria dos votos foi contrária à implementação do modelo, que prevê a atuação de militares da reserva nas áreas de disciplina e gestão administrativa das escolas públicas.
Fundado em 1906, o Estadual Central tem forte histórico de engajamento político e social. Ao longo de mais de um século, foi palco de manifestações estudantis, movimentos culturais e debates que marcaram gerações. A rejeição ao modelo cívico-militar é vista por muitos como um reflexo desse espírito crítico que sempre permeou a instituição.
Entre os estudantes, a decisão foi comemorada. “Não queremos polícia dentro da escola. Queremos mais investimentos em estrutura, professores valorizados e ensino de qualidade”, afirmou Luana Martins, aluna do 2º ano do ensino médio.
O programa das escolas cívico-militares é defendido por setores do governo como uma forma de melhorar a disciplina e os índices de desempenho escolar. No entanto, especialistas em educação alertam para o risco de militarização excessiva e a falta de diálogo com as comunidades escolares.
Com a rejeição, o Estadual Central se junta a outras escolas mineiras que também disseram “não” ao programa. A Secretaria de Estado de Educação informou que respeita a decisão da comunidade escolar e que o programa só será implementado nas unidades que manifestarem interesse.