"Guerra" entre Brasil e EUA, com 'tarifaço', gera atrito entre os dois países.
Ex-presidente dos EUA fala em "guerra comercial" com o Brasil e ameaça sobretaxar produtos nacionais.

“A administração Lula prejudica os interesses dos Estados Unidos ao fazer acordos com nossos inimigos e proteger seus mercados. Isso vai acabar. Vamos taxar o Brasil como nunca antes”, afirmou Trump a uma plateia de apoiadores.
A relação entre Brasil e Estados Unidos enfraqueceu desde a posse de Donald Trump, em janeiro, por causa da ideologia política oposta ao do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A crise, no entanto, teve novos capítulos no último fim de semana.
Além das ameaças econômicas, Trump aproveitou o momento para demonstrar apoio explícito ao ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem chamou de “grande líder e aliado da liberdade”. Ele ainda disse esperar que Bolsonaro “retorne ao poder em breve”, em um aceno direto ao campo conservador brasileiro.
Uma carta dos países que fazem parte dos Brics, bloco de países emergentes, contra a política tarifária americana, gerou uma reação imediata de Trump. Após reclamar publicamente nas redes sociais, ele anunciou na terça-feira (8) que pretendia aplicar “muito em breve” uma tarifa de 10% a qualquer país que integre o Brics, pertencem a ele: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos.
“Qualquer país que fizer parte do Brics receberá uma tarifa de 10%, apenas por esse motivo”, disse Trump em entrevista na Casa Branca.
As declarações acenderam o alerta no governo brasileiro. Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores classificou as falas de Trump como “intempestivas e desrespeitosas”, e reafirmou que o Brasil “não aceitará intimidações ou medidas unilaterais que afetem sua soberania econômica”.