Filho que matou professora é transferido para presídio com indícios de superlotação.
Rapaz foi transferido para o presídio Martinho Drumond no mesmo dia em que detento foi espancado até a morte.

O jovem Matteos França, de 32 anos, acusado de matar a própria mãe, a professora de História, Soraya Tatiana Bonfim, foi transferido nesta semana para um presídio comum em meio a um cenário de superlotação e insegurança no sistema prisional. A decisão de encaminhar o réu para a penitenciária gerou repercussão entre autoridades e especialistas, que classificaram a medida como necessária após a confissão do detento.
O filho de Soraya foi transferido para o Presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte. A mudança ocorreu no mesmo dia em que a unidade registrou a 19ª morte de detento apenas em 2025. O presídio é alvo de denúncias do Sindicato dos Policiais Penais, que alerta para a retomada da chamada “Ciranda da Morte”. O crime chocou a população: a vítima, uma educadora respeitada na rede privada de ensino, foi assassinada a facadas dentro de casa, no início de julho.
O alerta sobre a superlotação foi feita nesta terça-feira (29) por Magno Soares, diretor do sindicato, em entrevista. Segundo ele, o presídio enfrenta uma escalada de violência: só em 2025, foram 16 mortes causadas por agressões brutais, como espancamentos e perfurações com facas artesanais.
Com o fim do prazo legal da prisão temporária, a Justiça determinou a transferência do acusado para uma unidade prisional definitiva. Matteos foi transferido do Ceresp Gameleira, na região Oeste de BH, após requerer a transferência por motivos de segurança. A escolha do presídio, no entanto, acendeu um alerta entre defensores públicos e organizações de direitos humanos, que apontam a falta de estrutura para acolher presos em situações de vulnerabilidade.